14/07/2008

Alguns pequenos conselhos práticos, para o Peregrino.

Por vezes as pessoas, pelo facto de irem a andar e não a correr, têm tendência a menosprezar as dificuldades de uma Peregrinação, mas, isso é um erro que alguns mais incautos se aperceberão facilmente e à sua própria custa estando no Caminho.
Claro para que quem não for nessa perspectiva e apenas está disposto a fazê-lo como turista, que percorre poucas horas por dia ou está lá pouco mais de dois dias seguidos, não tem de se preocupar tanto como aquele que vai como Peregrino. Isso pelo simples facto do primeiro não aceitar o sacrifício e,  se tal acontecer,  abandona facilmente o seu propósito sem  mais demora. O segundo não, pois  assume essa eventualidade,  de vir a ter cansaço e dor,  com naturalidade e vai querer ultrapassar-se sempre. O pior é que,  mesmo em situações extremas, no uso pleno da emoção e não do racional, até «chora» e «desespera-se» consigo próprio se não conseguir prosseguir e por vezes assiste-se que há quem não pare  mesmo que saiba que está a tomar uma decisão totalmente  drástica de risco para a sua saúde futura.
Por isso, se é importante para si ou para o seu grupo chegar bem a Santiago, pelo seu pé,  se tem o seu ponto de partida distante mais de os 100 km estabelecidos para ganhar a "Compostelana", assim como, para o conseguir, sabe que vai andar sete a oito horas durante vários dias seguidos, então talvez seja melhor tomar algumas precauções e ter alguns cuidados:

levar calçado pouco apertado (*), depois preencher a folga com 2 pares de meias sempre secas, preferencialmente que não seja novo ou então experimentado antes de partir. Se necessário, durante a viagem, um bom truque é almofadá-lo com um penso higiénico dos "antigos" e/ou dos mais espessos. Estes, cortados a meio e colocados apenas atrás, podem ser bons para aliviar a dolorosa e perigosa pressão, que produz no "tendão de Aquiles", atrás junto ao calcanhar ..
Para bolhas d´água, que possam eventualmente surgir, para as furar devem usar sempre agulhas esterilizadas, já com linha posta para servir de dreno da água que depois tem tendência a surgir novamente mesmo depois de rebentadas. A pressão que fazem sobre o interior delas, ao pisa-las, é que faz doer ao andar e inclusivamente dá as famosas tendinites musculares nas pernas pelo esforço na defesa da mesma. 
Outro aspecto importantíssimo é que devem andar com o mínimo dos mínimos convosco.
 .... nada de perfumes ou artigos de beleza 
... o melhor é sabão de barra para lavar a roupa e corpo, cabelo inclusive. 
Sim creme para massajar os pés diariamente 
e, por vezes, protector solar, 
para assaduras nas virilhas, 
para picadas de insectos,
lução betadine (excepto para alérgicos ao iodo, grávidas e hipertirodismo) ou uma pomada cicatrizante (à base de oxido de zinco), 
gaze, compressas, ligaduras, 
e fita adesiva.

(*) Calçado em "gor-tex" ou similar por serem impermeáveis e permitirem a respiração, 1 a 2 números acima por causa dos pés incharem e aceitarem duas meias, melhor botas para proteger tornozelo, e confortáveis, melhor seria já nalguns quilómetros em cima devido à adaptação da forma do pé. Marcas há muitas..